segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Falta de ética no ensino público...

O progresso escolar e o desempenho em avaliações dos alunos da rede estadual de ensino na capital estão diretamente ligados às faltas dos professores. Cruzamento de dados feito pelo Estado mostra que as cinco regiões da cidade com as menores taxas de absenteísmo dos docentes são também as que tiveram os maiores Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp). A diferença no índice entre uma área com muitas faltas e outra com poucas chega a 86%.

Educadores afirmam que a ausência ocasional do professor enfraquece a relação com o aluno e atrapalha a aplicação do projeto pedagógico. Muitas vezes, não há sequer docente substituto e as crianças são dispensadas das aulas. "Se o professor não está, a aula não acontece. Um substituto não tem a mesma relação com os alunos", diz a diretora executiva da Fundação Lemann, Ilona Becskeházy.

Apesar disso, muitos consideram que escolas com condições já precárias de estrutura e em áreas violentas ou distantes também desmotivam o professor e contribuem para aumentar as faltas. "O adoecimento do professor não é por acaso. Quando ele trabalha em condições precárias, fica mais frágil",diz a presidente do sindicato dos professores (Apeoesp), Maria Izabel Noronha. Ela explica que há escolas tão distantes que o docente gasta grande parte do salário para se deslocar e acaba desestimulado. "Quando dá aulas em vários lugares, a opção de falta do professor acaba sendo sempre a escola que, na verdade, precisa mais dele."

NOVA LEI

Os números do cruzamento se referem aos meses de julho a dezembro de 2008, quando o total de faltas justificadas por atestado médico na capital foi de 36.854 - média de 302 ausências por dia. Desde maio de 2008, o número vem caindo porque o governo impôs um máximo de seis ausências médicas por ano para que não haja desconto de salário. No entanto, mesmo dentro do limite, as faltas são abatidas do bônus, pago pela primeira vez no mês passado e que pode representar acréscimo de até 20% no salário anual. O professor pode apresentar atestado de qualquer profissional com registro no conselho de medicina.


Ex-secretário da Educação de Pernambuco e hoje presidente executivo do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos estranha o fato de algumas regiões terem números muito superiores de professores que faltam por problema de saúde. "Deveria haver avaliação médica mais criteriosa. Já vi professor com atestado na rede pública, mas trabalhando na rede privada, porque poderia ser demitido se faltasse." Para Ilona, há docente que faz trabalhos esporádicos em outros lugares e não se importa em faltar mesmo tendo descontos.

Professores, os grandes protagonistas na formação das gerações do amanhã. É deles que depende o país melhor com o qual todos sonhamos, para deixarmos de ser mero espectador..

fonte
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/2779

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