segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Desenho obsceno em prova de crianças

A Secretaria de Educação de Curitiba, Paraná, distribuiu no dia 12 aos alunos de 150 escolas do primeiro ano do ensino fundamental uma prova de geográfica que contém conteúdo pornográfico, de zoofilia (relação sexual com animal).
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Na prova há um cartum onde um fazendeiro de pênis avantajado, conforme é sugerido pela roupa que ele veste, dá milho a galinhas apavoradas com as cloacas arrombadas.
Constrangidos com a prova, alguns professores denunciaram a pornografia ao Sindicato dos Servidores do Magistério de Curitiba.

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Fonte: Agência Estado e do site da CBN.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

estudantes da rede pública cantam o hino da independência

Confira no vídeo abaixo o que a união de Tatau, Orquestra Sinfônica Juvenil 2 de Julho e de 1.500 estudantes da rede pública foi capaz de fazer: uma bela interpretação do hino à Independência do Brasil na Bahia. A nova versão foi criada pelo maestro Fred Dantas.

A gravação ocorreu no dia 18 de maio último, no Teatro Castro Alves, organizada pela Secretaria de Educação da Bahia e pela seção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA). O Hino ao 2 de Julho tornou-se, neste ano, o Hino Oficial do Estado.

Clique no play. É de arrepiar!

Independência da Bahia: nasce o sol a 2 de julho...


"Nasce o sol a 2 de julho
Brilha mais que no primeiro
É sinal que neste dia
Até o sol é brasileiro"

No dia 2 de julho comemora-se a Independência da Bahia. Mesmo depois de considerado um país livre da influência de Portugal ainda restavam tropas do exército português em solo brasileiro. De fato a Independência do Brasil se deu na Bahia.


Muitos historiadores contestam o fato da data da comemoração da Independência do Brasil ainda ser lembrada em 7 de setembro, porque além de ainda está sob domínio da coroa portuguesa, a Bahia foi o único estado em que houve luta armada. Mesmo assim, nem sequer a data é considerada como feriado nacional, ficando apenas como feriado local.


Até o nome do aeroporto que servia como lembrança da data, foi modificado para homenagear um político local. Convenhamos que o fato é bem mais importante que a carreira política do falecido deputado, como se na cidade não tivesse tanto viaduto que poderia homenageá-lo.

Histórico:


A Bahia já vinha de lutas pela independência e contra os privilégios que Rio de janeiro tinha por ser a capital do Brasil. Em dezembro de 1822 o brigadeiro Ignácio Luiz madeira de Mello é nomeado por Portugal como Governador de Armas, o que gerou insatisfação nos oficiais brasileiros.


Mas, Madeira de Mello estava decidido a tomar posse e colocou os soldados em prontidão. Em 19 de fevereiro de 1823 as tropas começaram a invadir quartéis, forte de São Pedro e o convento da Lapa. Na invasão do convento Joana Angélica foi morta.


A invasão propiciou um fortalecimento de Madeira de Mello, que convocou mais tropas portuguesas, fazendo com que muitas famílias deixassem a cidade em direção ao recôncavo baiano, onde também houve muitas batalhas. As lutas no recôncavo deram mais força as tropas brasileiras que aos poucos começavam a se aproximar de Salvador.


O domínio das topas brasileiras foi entregue ao general Pedro Labatut. Graças ao general Labatut o exercito conseguiu resultados positivos. Mas Labatut querendo mostrar autoridade manda prender oficiais brasileiros e em maio é cassado e preso. No seu lugar assume o coronel José Joaquim de Lima e Silva.


Em uma das batalhas, a de Barra do Paraguaçu, uma mulher se destaca. Maria Quitéria de Jesus Medeiros se vestiu de homem, contra a vontade de seu pai para lutar pela independência da Bahia.

Vestida de homem se alistou como soldado Medeiros no batalhão “Voluntários do Príncipe”. Maria Quitéria se destacou entre os homens e recebeu após a independência das mãos do Imperador D Pedro I a condecoração de “Cavalheiro da Ordem Imperial do Cruzeiro”. Ela foi à primeira mulher a ir para campos de batalha no Brasil.


Em 3 de junho Lima e Silva prepara uma ofensiva contra os portugueses e com o apoio da marinha brasileira cercou Salvador. A restrição do abastecimento de suprimentos e os fortes ataques dos brasileiros fez com que Madeira de Mello se rendesse finalmente em 2 de julho de 1823.



O desfile:

O desfile de 2 de julho é considerado bem imaterial do estado. O cortejo tradicionalmente sai do largo da Lapinha com uma parada para homenagem na praça em que se encontra o monumento a Maria Quitéria, no largo da Soledade.

O carro que puxa o desfile é o do caboclo e da cabocla, eles representam os populares que participaram das lutas. Índios também participam da festa.


O desfile segue em direção ao convento do Carmo, pelourinho, onde é feita mais uma parada. A última parada antes de recolher os carros para descanso é na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, depois parte para Praça Municipal, onde fica recolhido até às 14h, quando o desfile retorna em direção ao Campo Grande, para ato final.


O desfile de 2 de julho é a festa mais popular e importante do calendário baiano. Todos sem distinção podem participar. Quem vai as ruas pode perceber a grande mistura, índios, negros, brancos, escolas com suas fanfarras, cangaceiros, grupos de Cachoeira, são parte dos que compõem o desfile.


Além de um momento de festejar, ele também serve para grupos que queiram se manifestar em protesto de alguma causa. Também reúne muitos políticos importantes, tanto no cenário local, quanto nacional. O lamentável é que uma data tão importante para o cenário nacional seja lembrada apenas por baianos e a história fique tão desconhecida pelo resto do país.



"Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações

Com tiranos não combinam

Brasileiros corações"

sábado, 5 de junho de 2010

5 de junho Dia Mundial do Meio Ambiente


O Dia Mundial Do Meio Ambiente foi a data escolhida pela ONU para conscientizar e estimular uma maior atenção e ação da política pública para com o meio ambiente.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente realizada em dezembro de 1972 estabeleceu o dia 5 de junho de cada ano como o Dia Mundial do Meio Ambiente portanto o primeiro Dia Mundial do Meio Ambiente foi comemorado em 1973.

A cada ano é escolhido um tema diferente para a campanha e uma cidade como anfitriã das ações de comemoração.

Em 2010 o tema é " Muitas espécies. Um Planeta. Um futuro." destacando "Biodiversidade, Manejo e Economia Verde" e a cidade anfitriã será Kigali em Ruanda.

A Escola na Educação Ambiental



Considerando toda essa importância da temática ambiental e a
visão integrada do mundo, no tempo e no espaço, sobressaem-se as escolas, como
espaços privilegiados na implementação de atividades que propiciem essa reflexão,
pois isso necessita de atividades de sala de aula e atividades de campo, com ações
orientadas em projetos e em processos de participação que levem à autoconfiança,
a atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental
implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 1992).

Esse processo de sensibilização da comunidade escolar pode
fomentar iniciativas que transcendam o ambiente escolar, atingindo tanto o bairro no
qual a escola está inserida como comunidades mais afastadas nas quais residam
alunos, professores e funcionários. SOUZA (2000). Ressaltado que as gerações
que forem assim formadas crescerão dentro de um novo modelo de educação
criando novas visões do que é o planeta Terra.

Entretanto, não raramente a escola atua como mantenedora e
reprodutora de uma cultura que é predatória ao ambiente, ou se limita a ser
somente uma repassadora de informações. Nesse caso, as reflexões que dão início
a implementação da Educação Ambiental devem contemplar aspectos que não
apenas possam gerar alternativas para a superação desse quadro, mas que o
invertam, de modo a produzir conseqüências benéficas (ANDRADE, 2000),
favorecendo a paulatina compreensão global da fundamental importância de todas
as formas de vida coexistentes em nosso planeta, do meio em que estão inseridas,
e o desenvolvimento do respeito mútuo entre todos os diferentes membros de
nossa espécie (CURRIE, 1998).

Dentro da escola deveremos encontrar meios efetivos para que
cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua
conseqüência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e
o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e
adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para
a construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.

A Crise da Água


A água é um recurso renovável, graças ao interminável Ciclo Hidrológico, em atividade desde a formação da hidrosfera e da atmosfera, aproximadamente 3,8 bilhões de anos atrás.

Contudo, o mundo atual se depara com uma crise de escassez de água no horizonte. Como isso é possível?
Embora o volume total de água existente na Terra seja de 1.386 milhões de km3, 97,5 % deste total é constituído pelos oceanos, mares e lagos de água salgada (Shiklomanov, 1998 in IHP, UNESCO ou in Rebouças, 1999). Na parte formada pela água doce, mais de 2/3 estão nas calotas polares e geleiras, inacessíveis para o uso humano pelos meios tecnológicos atuais. Vendo as coisas dessa forma, restam apenas cerca de 1% da água para a vida nas terras emersas. Nesta parcela a água subterrânea corresponde a 97,5%, perfazendo um volume de 10,53 milhões de km3. Deste ponto de vista foi formulado o conceito da água como um recurso finito.



O prognóstico da crise da água em um prazo de algumas décadas tem por base o crescimento da população mundial (atualmente 6 bilhões de habitantes), o consumo mínimo de 1.000 m3/habitante/ano, adotado pelas Nações Unidas e o volume estocado nos rios e lagos (cerca de 180 mil km3). Apesar do consumo atual da humanidade representar 11% da descarga anual dos rios, estimada em 41.000 km3, o recurso é distribuído desigualmente no planeta. Enquanto um grupo de países ricos em água têm uma descarga de rios de 1 a 6 trilhões de m3/ano, no grupo de países mais pobres essa descarga fica no intervalo de apenas 15 a 900 bilhões m3/ano (Margat, 1998 in Rebouças, 1999), com países já em situação de “estresse de água”.


O Brasil, o país mais rico em água do mundo, tem uma descarga dos rios de 6,22 trilhões de m3/ano. Apesar da grande disponibilidade do Brasil, vivemos situações de escassez no Nordeste, principalmente durante as periódica secas. Esse problema vem se manifestando em outras partes do país devido a falhas de suprimento e pela cultura de desperdício, além de fatores climáticos. Recentemente, tivemos racionamentos em Recife e na Região Metropolitana de São Paulo. No Rio de Janeiro o sistema de abastecimento é também deficiente tanto na capital como na Região Metropolitana e nos municípios da Região dos Lagos, em particular, onde muitas vezes se configura um quadro de escassez.

Preserve o ser humano cuide do meio ambiente

Sempre que presenciar algum crime ambiental, denuncie! Quando você se cala, contribui para que problemas deste tipo continuem acontecendo. Faça sua parte!
IBAMA - Tel.: 0800 61 80 80

Informe-se sobre a legislação ambiental e ajude a defender nossos direitos. Saiba mais através dos sites www.ibama.gov.br e www.mma.gov.br.

Lixo nas Praias de Salvador



Só foi começar as chuvas na capital baiana para se ver também nas praias o resultado da falta de educação ambiental dos soteropolitanos. Se durante o verão, momento em que quase toda a população utiliza nossas praias para a recreação e o lazer já não há uma cultura em manter o ambiente limpo, imaginem agora como elas estão com a chegada das "águas de abril".
Pois é, o resultado do descarte inadequado do lixo dentro da cidade de Salvador pode ser visto em quase todas as praias, principalmente, naquelas que estão próximas as desembocaduras dos nossos falecidos "rios". A cena é realmente deprimente, por toda a "orla mais bonita" o que se vê são quantidades assustadoras de plásticos, borrachas, isopores e madeiras.

Na foz do extinto rio Camurujipe no bairro do Costa Azul, que percorre seus 14 km dentro da cidade, uma equipe especial da limpeza pública tentava com muito esforço retirar o que podia das areias da famosa "Coco Beach", antes que a próxima maré cheia trouxesse o resto da sopa plástica que boiava nas imediações da praia. Já um morador de rua que habita esse local, viu nessa fonte inesgotável de resíduos a possibilidade de ter alguma renda a partir da coleta e venda das inúmeras garrafas PET que aportam constantemente na praia.
Outros lugares também sofreram muito com o grande volume de lixo trazido, por outro rio extinto, o Jaguaribe. Foram às praias do trecho entre a 3ª Ponte e a Sereia de Itapuã, nesta última foi possível observar milhares de tampinhas plásticas de polipropileno que deram um colorido nada especial as suas areias.



Olhando essa realidade, surge a grande pergunta, de quem é essa responsabilidade? Da Prefeitura? Da Vega? Da Limpurb? Das Empresas? Das Indústrias? Ou da População?
A resposta é bem simples, a responsabilidade é de todos, pois cada uma das partes é co-responsável nesse processo, ou seja, um depende do outro para que aja uma relação de sustentabilidade ambiental, social e econômica.
O grande problema é que tem muito mais gente sujando do que deixando limpo e isso todos nós, infelizmente, vemos todos os dias. E se pararmos para pensar profundamente onde toda essa problemática se inicia, passaremos pela falta de educação doméstica e certamente chegaremos ao nosso falido sistema político e educacional, que não consegue compatibilizar as políticas de desenvolvimento (econômico e urbano) e de educação com as ambientais, tornando cada vez mais insalubres os espaços comuns de convivência da sociedade.
Mas isso não quer dizer que tudo está perdido, precisamos que você comece a mudar alguns dos seus hábitos e seja multiplicador desses novos comportamentos, pois só assim conseguiremos mudar o mundo para melhor.

André Papi
Coordenador Geral
Organização Sócio Ambientalista Joguelimpo

Lixo no ambiente marinho


O Lixo Marinho é um problema que o homem está depositando nos imensos oceanos do nosso planeta há muito tempo, e a vida marinha é quem mais tem sofrido com todo esse lixo que é formado de todo tipo de resíduo que o homem produz diariamente. A educação ambiental surge como uma resposta á preocupação da sociedade com o futuro da vida e sua relação com o meio ambiente. Iniciando - se a partir da produção do lixo pelo homem e que destino ele tem após o seu descarte. A natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a reciclagem como um processo vital, buscando reciclar ao máximo e procurando de descarte que não sejam nos oceanos. A Educação Ambiental se integra como um componente essencial no processo de formação da educação permanente, com uma abordagem direcionada para se resolver os problemas, contribui para o envolvimento ativo do público, torna o sistema educativo mais interessado, mais realista e estabelece uma maior interdependência entre estes sistemas, o ambiente natural e social, com o objetivo de um crescente bem estar das comunidades humanas e sua convivência com as demais formas de vida.

Cultive hábitos sustentaveis

Dicas de sustentabilidade

1-Sempre que possível,utilize transportes coletivo. Dê e pegue caronas.Evite andar sozinho de carro, é "injusto" quando se considera o impacto do seu "conforto" para oplaneta.

2-Ao fazer compras evites embalagens descartaveis e sacolas plasticas, leve uma embalagem que dure mais tempo.Evite comprar produtos em embalagens de isopor. Você sabia que este tipo de material demora cerca de 400 anos para se decompor? Dê preferência a embalagens de papelão que são recicláveis.

3-matenha áreas verdes no seu quintal e jardim.Purifica o ar.

4-Sempre que encontrar locais onde a coleta seletiva estiver implantada, colabore: separe o lixo nos respectivos coletores e faça sua parte ajudando na reciclagem.Baterias e pilhas contêm substâncias tóxicas ao meio ambiente e não devem ser descartadas no lixo. Organize a coleta seletiva deste material e encaminhe para a reciclagem.

5-Exija que a escola trate a questão ambiental. O Brasil é um dos poucos países do mundo que a educação ambiental deve fazer parte do currículo escolar.

6-Veja a publicidade com olhos críticos. O consumo estimulado por ela não é sustentável, agride o planeta e atrapalha seu poder de decisão criando necessidades desnecessárias.

7-Ao lavar a louça,primeiro limpe os restos de comida dos pratos e panelas com esponja e sabão.

8-sempre que possível utilize panela de pressão que reduzem o tempo do cozimento e conseqüentimente o consumo de gás.

9-utilize luzes fluorescentes.

10- Não forre as pratileiras e não ponha alimentos ainda quente na geladeira, isso aumenta o consumo de energia.

11- Não compre movéis de madeira desmatada, exija certificado de origem.

12-Não solte balões, nem jogue fora cigarros acessos, podem causar incêndios.

13 Utilize a máquina de lavar roupas no máximo 3 vezes por semana, e deixe juntar muitas roupas sujas.

14-Em hipótese alguma jogue óleo de comida na pia, isso contribui com enchentes pois diminui o diâmetro das tubulações.

O MAIS IMPORTANTE NÂO JOGUE LIXO NO CHÂO, NEM MESMO O PAPEL DE BALA, UM FOLHETO DE COMERCIAL OU CASCAS DE AMENDOIM.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Descaso com educação rural


A Pesquisa encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) viu que 33 das 50 escolas que o estudo analisou não possuem computadores, metade delas não possui diretor e todos os alunos estavam em classes misturadas. Às condições precárias das instituições de ensino somam-se a falta de assistência e acompanhamento dos pais nos deveres de casa dos estudantes. Entre os alunos, quase metade já foi reprovada ao menos uma vez, apenas 32% das escolas têm banheiros adequados.
Na área rural, há quase seis milhões de alunos matriculados no ensino básico regular em aproximadamente 53 mil escolas, mas quase metade delas só tem uma sala de aula. Os alunos de escolas rurais do País apresentam desempenho pior em matemática: 18% inferior à média nacional, enquanto que o desempenho de português fica apenas 6% abaixo.
O interessante é quem mesmo diante dessa triste situação, mais da metade das famílias acredita que o aluno vai chegar ao ensino superior e quase todos os alunos disseram que seus pais "falam para ir para a escola e não faltar às aulas". Apesar disso, existe um fator que atrapalha muito: o trabalho. Quase um terço das crianças trabalham. Isso mesmo! A maior parte (92%) "ajuda os pais na roça" ou "com o gado".

"Na década de 90 a educação no campo foi pensada de maneira equivocada. Priorizou-se o transporte escolar dessas crianças para a cidade e muitas escolas foram fechadas. Hoje os municípios têm um gasto enorme com transporte escolar quando esses recursos poderiam ser investidos em capacitação desses professores, equipamentos e infraestrutura." Presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches. E mesmo assim 77% dos ônibus não têm cinto de segurança nos assentos dos passageiros, o que é obrigatório.

76% das escolas rurais ainda utilizam mimeógrafo


De acordo com o estudo, as condições são precárias nessas escolas: a maioria tem apenas quadro negro e giz como recurso pedagógico. A situação é ainda pior com relação aos estudantes: são multisseriados, ou seja, de diferentes idades e estudam em uma mesma classe, aprendendo conteúdos diferentes de acordo com a série em que estão. Esse modelo é muito comum nas escolas rurais, uma vez que elas contam com poucos alunos e dificuldade de acesso a professores.
E o educador? Dos professores ouvidos pela pesquisa, mais da metade tinham curso superior mas, recebiam de um a dois salários mínimos por mês. Muitas vezes, o professor é obrigado a desempenhar múltiplas tarefas: além de ensinar, tem que limpar a sala e preparar a merenda. E tem mais! Quanto mais pobre a família, pior é o resultado da avaliação. Metade dos alunos de escolas rurais é das classes D e E e teve o resultado 50 pontos abaixo da média nacional.

Cerca de 70% das escolas rurais não tem biblioteca


A educação na zona rural do Brasil está decadente. Essa é a principal conclusão da pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) junto a cinquenta escolas localizadas no campo.

O interessante é quem mesmo diante dessa triste situação, mais da metade das famílias acredita que o aluno vai chegar ao ensino superior e quase todos os alunos disseram que seus pais "falam para ir para a escola e não faltar às aulas". Apesar disso, existe um fator que atrapalha muito: o trabalho. Quase um terço das crianças trabalham. Isso mesmo! A maior parte (92%) "ajuda os pais na roça" ou "com o gado

Mais de 90% das escolas rurais não tem internet

Entre as 50 escolas rurais de dez Estados que participaram de uma pesquisa da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil),92% não têm acesso à internet. os dados foram divulgados nesta quinta-feira (20) e apontam uma realidade preocupante no ensino rural.
O presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Carlos Eduardo Sanches, disse que os resultados apontados pela pesquisa são consequência do descaso com a educação a partir da priorização das escolas urbanas.

sábado, 22 de maio de 2010

Esse cartaz, mostra o lado Europeu escravocrata que roubou um pouco da cultura de cada povo, que humildemente se redeu as suas ideologias facistas. Roubaram a cultura de varios países sem que ao menos pudessem lutar, se aproveitaram da gente desprotegida.
Hoje ainda restam os herdeiros das ideologias facista, que já não podem chicotear, amordaçar,exilar, condenar a morte, violentar as mulheres e abusar de crianças, mas os estrageiros e seus descendentes, principalmente negros africanos e judeus, ainda sofrem preconceitos, herança deixada pelos capitalistas,burgueses e Europeus.
Iáskara Sherly

terça-feira, 18 de maio de 2010

Ministro anuncia criação de bolsas de pós-graduação para negros

Da Agência Brasil

Brasília – No dia em que se comemora os 122 anos da Lei Áurea, o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Eloi Ferreira, anunciou hoje (13) a criação de 250 bolsas de pós-graduação para alunos negros ou pardos e um aumento de 200 bolsas do Programa de Iniciação Científica (Pibic), que passarão de 600 para 800 em 2010.

O ministro destacou que, apesar de o sistema de cotas não ser obrigatório no Brasil, 91 universidades públicas do país adotam a reserva de vagas no vestibular para alunos negros.

Ele também anunciou o lançamento de um selo para identificar as instituições de ensino que promovem a Lei nº 10.639, de 2003. O texto tornou obrigatória a inclusão da história do povo negro e suas contribuições culturais, econômicas e sociais para o país no currículo de ensino infantil, fundamental e médio. A entrega dos selos ocorrerá em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Para Eloi Ferreira, as ações divulgadas hoje ajudam a corrigir injustiças e distorções históricas. “A promulgação da Lei Áurea não foi acompanhada de uma inclusão educacional, habitacional e isso faz com que até hoje o negro continue na base da pirâmide social”, afirmou.

O ministro defendeu também a criação do Estatuto de Igualdade Racial, que já foi aprovado pela Câmara e aguarda votação no Senado. “Essa lei será como um segundo artigo da Lei Áurea. Ela garante o respeito às religiões de matriz africana e garante a possibilidade de acesso à terra aos remanescentes quilombolas”, destacou.

Edição: Juliana Andrade

Pesquisadores defendem que educação nutricional deve constar no currículo escolar

Carência vitamínica

Boas escolhas: o consumo de frutas e hortaliças é 15,7% da quantidade mínima de 400g/dia sugerida pela OMS

Foto: Reprodução

DIÁRIO DO NORDESTE



O hábito alimentar dos brasileiros tem sofrido sérias mudanças nos últimos 25 anos, e para pior. Alimentos com alto teor de gordura e sal se tornaram itens frequentes na dieta familiar. O consumo de produtos embutidos, como mortadela e linguiça aumentou 300%, enquanto o de refrigerantes 400%, (segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares). O levantamento mostrou também que a ingestão de frutas, verduras e legumes está longe de ser a ideal do mínimo aconselhável para a manutenção da saúde, alcançando apenas 1/3 das 400 gramas recomendadas pelo Guia Alimentar para a População Brasileira.

Exemplos da carência alimentar dos brasileiros não faltam. Duas, em cada três pessoas, não ingerem a quantidade recomendada de nutrientes considerados essenciais, como o ferro, cálcio e vitamina D.

Foi o que constatou o BRAZOS (2006), estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade de São Paulo (USP), e que é considerado até então a maior e mais completa amostragem da saúde nutricional da população adulta (rural e urbana) sobre o consumo de micronutrientes (vitaminas e minerais em pequena quantidade no organismo).

Segundo a nutricionista Andréa Ramalho, coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes do INJC/UFRJ, as mudanças nos hábitos alimentares estão ligadas ao sedentarismo, sobrepeso, uso de álcool e tabaco e se relacionam ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como o diabetes tipo 2, hipertensão e obesidade. Estas respondem por 44,1% das mortes no Brasil.

"A dieta é um fator modificável de grande impacto para a prevenção de doenças", afirma Ramalho, palestrantes do simpósio "Mitos e verdades sobre suplementação vitamínica", promovido pelo Laboratório Wyeth, em São Paulo.

No entanto, uma dieta equilibrada nem sempre é sinônimo de que o organismo está absorvendo todos os micronutrientes necessários. A presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, Dra. Silvia Cozzolino ressalta que os alimentos podem até conter a quantidade adequada de nutrientes, porém, se pouco bio-disponíveis, pode ocasionar graves deficiências. "A biodisponibilidade de um nutriente está vinculada com a sua acessibilidade para processos metabólicos e fisiológicos, ou seja, a eficiência com que o componente da dieta será utilizado".

Biodisponibilidade

A idade; a composição dos alimentos em uma mesma refeição; o acúmulo de gordura; o uso de medicamentos, cigarro e álcool; a qualidade do solo onde foi cultivado o alimento; e o clima são fatores que interferem na biodisponibilidade de nutrientes. Entre os minerais, o ferro é o que requer maior atenção, já que a sua biodisponibilidade, muito baixa, varia de acordo com as regiões do Brasil.

No Nordeste, especialmente no Ceará, em função da qualidade do solo e do clima, o feijão concentra uma maior porcentagem de ferro, enquanto no Sudeste o índice do mineral nesse alimento é muito abaixo do recomendado, o que leva a população a ter que consumir outros alimentos ou recorrer a suplementação vitamínica e mineral para ter o aporte correto de nutrientes essenciais.

Além do ferro, a dieta do brasileiro é pobre em vitaminas A, E e D, assim como iodo e zinco. Essas deficiências, de acordo com as pesquisas, independem do sexo e condição sócio-econômica do indivíduo, estão mais relacionadas ao histórico familiar, estilo de vida e dieta alimentaFrutas de menos

O Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel/2008), mostrou que o consumo de frutas e hortaliças no Brasil é de apenas 15,7% da quantidade mínima de 400g (cinco porções/dia) sugerida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Assim, muitos brasileiros não consomem em uma semana o que é recomendado para a ingestão diária.

Em detrimento dos benefícios das vitaminas contidas nas frutas, 27,8% dos brasileiros ouvidos na pesquisa confirmaram sua preferência por refrigerantes: a bebida é ingerida em cinco ou mais dias da semana; e 33,8% optam por carnes com gordura.

Educação alimentar

Segundo o ABRAZOS, 76% da população brasileira é sedentária, 25% faz uso de tabaco, 60% sofre de sobrepeso e 13% de obesidade. Esses fatores estão diretamente relacionados aos hábitos alimentares. "Nunca se fez tanto diagnóstico para mostrar esse cenário, o que falta é otimizar as informações disponíveis. Para auxiliar e orientar a população deve acontecer sempre um atendimento multidisciplinar entre os profissionais da área de saúde", alerta Andréa Ramalho.

É preciso combater a deficiência dos micronutrientes já instalada e prevenir novos casos através da fortificação alimentar e suplementação vitamínica e mineral. Uma das opções é investir em educação alimentar e conscientizar a população para o consumo adequado de nutrientes. A outra é incluir a disciplina de educação nutricional no currículo escolar, além d e disponibilizar informações sobre nutrição em locais públicos.

NECESSIDADE

Tabaco: os fumantes têm maior necessidade de vitamina C;
Bebidas alcoólicas: a ingestão de mais de 1 drinque /dia faz com que a pessoa necessite de um maior consumo de vitaminas B1, B6 e cálcio;
Anticoncepcionais: seu uso aumenta a necessidade da pessoa ingerir maior quantidade de vitaminas C, dos complexos B6 e B12, além d e ácido fólico;
Drogas: interferem nos diferentes passos do metabolismo dos micronutrientes, podendo causar deficiências nutricionais graves.

Hábito

27,8 dos brasileiros consomem refrigerantes em cinco ou mais dias da semana; 33% ingerem carnes com excesso de gordura. Os números são do estudo ABRAZOS

Feijão cearense possui maior teor de selênio

Profa. Carla Soraya C. Maia

As doenças crônicas não transmissíveis são fortemente influenciadas pelos hábitos alimentares. A população tem modificado seus hábito s de forma a acrescentar alimentos ricos em gordura (incluindo as saturadas) e carboidratos simples como o "açúcar de mesa", a sacarose. Por outro lado, excluímos alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais como as leguminosas (feijão), grãos e cereais (milho e arroz), frutas e verduras. As DCNT são uma epidemia mundial que nenhum recurso da indústria farmacêutica ou alimentícia tem sido capaz de barrar. Resta-nos pensar numa solução simples e de longo prazo: a educação alimentar.

No Ceará dispomos de uma variedade de frutas tropicais ricas em antioxidantes, alimentos regionais (milho e derivados) e demais vegetais, todos ricos em micronutientes, que apesar do termo "micro" desempenham funções essenciais para a prevenção de doenças. Exemplo disto é a presença de selênio em abundância no solo cearense. Este mineral é responsável pelo sítio ativo da enzima antioxidante glutationa peroxidase, atua no controle metabólico da glândula tireóide e mecanismos relacionados ao sistema imunológico. Estudo feito na USP com feijões de todo o Brasil, mostrou que o feijão produzido no Ceará possui a maior concentração de selênio; em estudo realizado com indivíduos do Ceará encontramos uma atividade antioxidante elevada e menores indicadores de estresse oxidativo quando comparados a um grupo de São Paulo. Enfim, é possível com dieta saudável prevenir ou controlar os agravos das DCNT proporcionando melhora na qualidade de vida das pessoas.

* Doutora em Nutrição Humana((USP) e Profa. adjunta do curso de Nutrição da UECE

segunda-feira, 17 de maio de 2010

sábado, 15 de maio de 2010

CAMPANHA REAJA CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO NEGRO


Depoimento de Hamilton Borges Walê é poeta e contista e principal
articulador da Campanha Reaja ou será mort@. Coordena o Projeto Cultura
Intramuros na Penitenciária Lemos Brito e é militante do Movimento Negro
Unificado/BA.


O Reaja é uma campanha, basicamente contra o genocídio da
população negra
e que tem duas vertentes. Uma é a pressão direta
sobretudo contra o modelo de segurança pública vigente, a brutalidade
policial que nos afeta diretamente e os grupos de extermínio. A outra
vertente, que é a vertente de formação, a gente acredita na articulação
cultural comunitária, ou seja, a gente acredita que tem que fazer o
roteiro inverso. A gente tem que ir às comunidades, levantar os
problemas, informar as pessoas para um tipo de militância de Movimento
Negro que fortaleça sua autonomia e seja realmente independente, o que é
muito difícil.
O Reaja surgiu em 2005. No dia 12 de maio daquele ano nós
fizemos um ato na porta da Secretaria de Segurança Pública, que na
verdade é a Delegacia Central da Polícia Civil, mas ali é o símbolo da
Secretaria de Segurança Pública, no Largo da Piedade, um ato que nós
passamos um mês organizando. Na ocasião, cinco jovens foram assassinados
em Paripe por moradores da comunidade. Comerciantes, policiais que
estavam muito chateados com o fato de esse grupo de jovens ter cometido
pequenos delitos. Furtavam biscoito na venda, vendiam relógios, pegavam
morceguinho pra pongar no ônibus, faziam umas badernas à noite, bebiam,
entre eles tinha uma jovem. O que eles fizeram? Eles assassinaram esses
jovens depois de muita tortura e carbonizaram os corpos. Na mesma época
(março de 2005), duas semanas depois, sete jovens foram assassinados no
Nordeste de Amaralina e suas mortes atribuídas à guerra do tráfico. Só
que nós, muita gente da Campanha do Reaja, morávamos no Nordeste de
Amaralina e sabíamos que esses jovens não faziam parte do tráfico de
drogas. Não existia uma guerra de tráfico de drogas, existia uma ação da
polícia ou uma ação de grupos tolerados pela polícia, com pagamento
explícito dos comerciantes da área, pra ‘limpar’ a comunidade.

O 13 DE MAIO E A CAMPANHA REAJA UM SOCO NA REPUBLICA QUE NÃO CHEGA

Pela passagem dos cinco anos da Campanha Reaja na Bahia !!!
Tenho pensado em porque o 13 de maio ainda é amplamente comemorado em todo o país. Agora, por ocasião do aniversário da Campanha Reaja, farei um breve comentário de um assunto que merece ser tematizado. Vlamyra Albuquerque aborda isso em seu livro, “O Jogo da Dissimulação”.
O 13 de maio, tendo sido fruto de uma pressão de republicanos e uma sobrevida para os monarquistas, seria lembrado como a glória histórica dos dois sistemas. Não era uma festa para negros comemorarem, porque a comemoração é uma auto-afirmação de seu mundo e isto, os monarquistas pouco compreendiam e os republicanos, bulhufas. Não era para existir Congadas, Bembé do Mercado e nem Reisados.
A república queria mesmo era ungir um mundo de iguais sem rostos da Republica que anunciava uma agenda emancipatória. No final do império existia uma Guarda Negra, formada por escravos libertos que entendia a importância de um terceiro reinado para a monarquia.Silva jardim, um famoso republicano que fora duramente combatido publicamente por dezenas de membros da Guarda Negra. Um prenúncio de uma republica eurocêntrica que tinha medo dos pretos que gostava da princesa e que tinha desconfiança dos brancos ricos materialistas. Hoje sentimos as faltas históricas de uma decadente Monarquia e de uma República não realizada e que nem por isso deve ser maniqueistamente tratada.
A Campanha Reaja continua confrontando modelos de Estado que não realiza a liberdade, a igualdade, nem a fraternidade para todos.Também está confrontando as alternativas dos brancos ricos cristãos da nova esquerda que também não realizou o socialismo humanitário.Precisamos compreender que tivemos que superar o ideário monarquista que não realizou a igualdade material que nos livraria do jugo histórico de uma saga escravocrata. Mas é bem verdade que os senhores do café e do leite eram republicanos e não gostavam de pretos.
A Campanha Reaja sobrevive no limbo dos modelos de Estado e regimes de governo que não realiza a igualdade entre pessoas. A Campanha Reaja continua a expor os pretos contra mundos que se disputam e querem negros como troféus!

A Campanha não era para perdurar. Não era para continuar existindo para alguns republicanos e muito menos para alguns monarquistas da atualidade.


Viva o Reaja Viva!

15 de maio DIA DO ASSISTENTE SOCIAL


O Serviço Social nasceu da necessidade do enfrentamento do conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista. Estas expressões caracterizadas como questões sociais (fome, desemprego, falta de moradia, etc.) é que constituem o objeto de trabalho do assistente social.

A prática profissional em seu surgimento, esteve por muito tempo ligada ä Igreja Católica que trabalhava as questões sociais de forma assistencialista. Nesta época, as mocas de famílias nobres saíam de suas casas para dar esmolas e fazer visitas aos pobres e eram assim conhecidas com “damas de caridade”.

A partir da década de 60 a prática profissional foi rompendo laços com a Igreja Católica e sendo repensada de forma mais técnica e científica dentro da universidade. Assim, as escolas de Serviço Social começaram a trabalhar os estudantes como futuros profissionais que seriam preparados para serem planejadores, executores e avaliadores das políticas sociais.

Apesar de toda essa trajetória, algumas pessoas ainda pensam erroneamente que o assistente social é um profissional que faz caridade. Isso acontece porque muitas pessoas não conhecem a fundo os seus direitos. Desse modo, quando o assistente social viabiliza o acesso aos direitos sociais garantidos em lei, ele é tido muitas vezes como uma pessoa bondosa.

Dentre as atribuições do assistente social, de acordo com a lei nº 8.662/93 (Lei de Regulamentação da Profissão) destacam-se:

· Elaborar, implementar, assessorar, coordenar e executar as Políticas Sociais, públicas, privadas e filantrópicas, no âmbito da seguridade social (Saúde, Assistência e Previdência) e, ainda, no Meio Ambiente, na Habitação, no Lazer, na Educação e outras;
· Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos na área do Serviço Social;
· Pesquisas e estudos que possibilitem o conhecimento da realidade social;
· Prestar assessoria e consultoria aos órgãos da administração pública, direta e indireta, empresas e movimentos sociais.

Vale lembrar que para exercer essa profissão a pessoa deverá ingressar na universidade e após quatro anos de estudos acadêmicos se inscrever no Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) que o credenciará para assumir as competências privativas de assistente social.

Hoje a profissão de Serviço Social é vista por alguns como a “profissão do futuro”, sendo assim, vale a pena ser também um profissional do futuro, com a preocupação não somente com o que virá pela frente, mas principalmente com a presente realidade social dos que precisam deste serviço.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

CAETANO VELOSO - 13 DE MAIO

13 de Maio - Abolição da Escravatura - Lei Áurea

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princesa Isabel

Princesa Isabel: assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888

Introdução

Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos índios nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada adiante, pois os religiosos se colocaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, a entrada dos escravos no Brasil.

Processo de abolição da escravatura no Brasil

Os negros, trazidos do continente Africano, eram transportados dentro dos porões dos navios negreiros. Devido as péssimas condições deste meio de transporte, muitos deles morriam durante a viagem. Após o desembarque eles eram comprados por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana.

Apesar desta prática ser considerada “normal” do ponto de vista da maioria, havia aqueles que eram contra este tipo de abuso. Estes eram os abolicionistas (grupo formado por literatos, religiosos, políticos e pessoas do povo); contudo, esta prática permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve a escravidão por um longo período foi o econômico. A economia do país contava somente com o trabalho escravo para realizar as tarefas da roça e outras tão pesados quanto estas. As providências para a libertação dos escravos deveriam ser tomadas lentamente.

A partir de 1870, a região Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros; no Norte, as usinas substituíram os primitivos engenhos, fato que permitiu a utilização de um número menor de escravos. Já nas principais cidades, era grande o desejo do surgimento de indústrias.Visando não causar prejuízo aos proprietários, o governo, pressionado pela Inglaterra, foi alcançando seus objetivos aos poucos. O primeiro passo foi dado em 1850, com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871). Esta lei tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir de sua promulgação.

Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65 anos.Foi em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que liberdade total finalmente foi alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil.

Alunos de escola pública não aprendem História da África

Consulta em três capitais mostra que a formação de professores para essa área continua ineficiente quase quatro anos após a aprovação da lei que inclui no currículo escolar o ensino de história e cultura africana.

A sanção da lei 10.639 - que inclui a temática História e Cultura Afrobrasileira e Africana no currículo escolar - foi uma das primeiras medidas do governo Lula, em janeiro de 2003. Quase quatro anos depois, no entanto, organizações envolvidas com educação e igualdade racial avaliam que, apesar dos avanços, ainda é necessário mais empenho para superar as barreiras de "500 anos de história equivocada."

Embora altere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a lei 10.639 ainda não é conhecida por muitas escolas, fato admitido pelo próprio diretor de ações afirmativas da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do governo federal, Jorge Carneiro. "O governo assumiu essa agenda, da promoção social. É uma agenda histórica, que enfrenta dificuldades. São 500 anos de dívida cultural", justifica. Segundo ele, estão atualmente em discussão maneiras de levar a lei para todos os municípios do Brasil, através de avanços na sua divulgação e implementação.

Em fase de finalização, uma consulta realizada pela ONG Ação Educativa nas séries de Educação Infantil e Fundamental II de 15 escolas públicas revela que, apesar de já haver material sobre o tema e de ele ser conhecido por professores e funcionários - como bibliotecários, por exemplo -, ainda não há impacto sobre os alunos.

"A formação do educador não pode contemplar só a questão dos conteúdos, mas discutir como o racismo se manifesta na escola, os conceitos de discriminação e racismo, além de procurar abordar valores", propõe Camilla Croso, coordenadora pela Ação Educativa da consulta. Só assim, ela defende, será possível preparar devidamente os professores para abordar o tema em sala de aula. A pesquisa foi aplicada em Salvador (BA), Belo Horizonte (BH) e São Paulo (SP) em parceria com Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceafro-UFBA), Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) e Movimento Interforuns de Educação Infantil do Brasil (Mieib).

Maria Luiza Passos, educadora do Ceafro que acompanhou a consulta em Salvador, ressalta que a maioria dos professores não teve acesso a um conteúdo aprofundado sobre África nas escolas e faculdades, fato que dificulta a aplicação do tema. "Até há pouco tempo, nós estudávamos Egito como se fosse fora da África", lembra. "Queremos uma formação de qualidade em todos os níveis, que traga a percepção de África enquanto berço civilizatório da humanidade. Não é só para falar do continente pela musicalidade e culinária, porque no Brasil isso vem sendo feito há quase 500 anos..."

A equipe que está analisando os resultados da consulta - que envolveu professores, funcionários, estudantes e pais - também percebeu um grande potencial de aplicação do assunto na sala de aula. Em relação à pergunta do questionário "o que você gostaria de saber sobre história e cultura africana?", as crianças deram respostas variadas, demonstrando curiosidade por rituais, pela arte, pela maneira como as crianças brincam na África, como lidam com a morte etc. "Isso é incrível, revela que elas estão abertas para saber mais sobre o tema e que existem diferentes maneiras de abordá-lo", analisa Camilla Croso.

Um terceiro dado da consulta já identificado é a grande distância dos pais em relação à escola, algo que dificulta a implementação de políticas educacionais. Os questionários aplicados incluíam uma pergunta sobre a vivência de situações de preconceito ou de conflito racial na escola. Cerca de dois terços dos professores e a mesma parcela dos alunos disseram que sim, que já haviam vivenciado situações desse tipo. Já os pais, por sua vez, responderam não ter conhecimento de situações do gênero no ambiente escolar. Para Croso, isso mostra uma lacuna na comunicação entre pais, filhos e escola. "É importante que o debate das diretrizes e das problemáticas dessas questões também envolva os pais."

A pesquisa está sendo finalizada e seu lançamento está previsto para março de 2007. Serão abordados pontos como a diferença entre as três capitais no tratamento da questão racial e uma análise mais profunda sobre as possibilidades e os limites para a implementação da lei 10.639.
Séculos de dívida
Para Maria Luiza Passos, houve investimento governamental para viabilizar a implementação da lei, mas é preciso mais. "Ela entrou em vigor em 2003 e observamos que alguns livros didáticos ainda tratam a História de forma equivocada, a partir do ponto de vista do colonizador", analisa. Ela cita como exemplo a abordagem da Abolição da Escravatura e do aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, transformado em Dia da Consciência Negra. Por outro lado, a educadora pondera que "coisas bacanas aconteceram, como a publicação de livros e da diretriz nacional da lei, que está sendo distribuída gratuitamente".

"O absurdo do Brasil é isso: tivemos que criar uma lei para que as crianças pudessem ter acesso à sua história", expõe Jorge Carneiro, do Seppir. Passos afirma que os estereótipos sobre a África só vão sumir quando houver conhecimento sobre o continente e suas influências. "O conhecimento faz com que educadores, jovens e crianças possam perceber que sua identidade existe para além do processo de escravidão", diz. "Isso pode gerar uma mudança de auto-estima importante. Esses outros olhares sobre a cultura africana precisam ser despertados."

Web 2.0 na sala de aula

Um projeto de lei ainda nem saiu do papel e já está causando polêmica na Inglaterra. Tudo porque pretende tirar alguns temas históricos do curriculo escolar e, no lugar deles, colocar temas como twitter, wikipedia, webcasts e blogs.

A história é a seguinte. De acordo com uma notícia publicada no The Guardian, Sir Jim Rose, ex-presidente da Ofsted (Office for Standards in Education, Childrens Services and Skills), órgão inglês com foco em educação, foi convidado a revisar o curriculo do ensino médio britânico. E ele resolveu fazer uma revolução nas aulas das crianças de até 11 anos.

Se for aprovada, a mudança irá dar mais liberdade aos professores, reduzir o volume de informações a serem decoradas e ensinar as crianças a aproveitar as ferramentas disponíveis para complementar o aprendizado - e é aí que entram os recursos da web 2.0, como wikipedia, twitter, blogs, webcasts, etc.

Obviamente, temas básicos - como operações matemáticas, estudo da língua, fonética e cronologia histórica - não seriam excluídos. E haveria também um reforço na atenção dada à educação ambiental.

A controvérsia toda deve-se ao fato de que alguns temas históricos serão limados do programa - como é o caso da Segunda Guerra Mundial e da Era Vitoriana. Convenhamos que crianças de menos de 11 anos não prestam atenção nessas coisas mesmo...

Mas, por outro lado, não consigo imaginar o que essa turma dessa idade pode aprender sobre internet na escola. Seria mais fácil eles ensinarem algumas coisas aos professores!


Quem decide o que se ensina

A definição do currículo escolar, do modo de implantá-lo e do grau de autonomia do professor são questões que explicitam os crescentes conflitos sobre as concepções que dividem o campo educacional


Há aproximadamente 60 comunidades na rede vir tual Orkut que se dedicam a criticar o Jornal do Aluno, um dos materiais da proposta curricular da rede estadual de São Paulo, instituída no início de 2008. Uma delas, cujo nome é "Eu odeio o Jornal do Aluno", traz uma lista de justificativas: foi imposto a alunos e professores; não se articula com as matérias dos livros didáticos; impede os professores de efetivamente ministrar suas disciplinas; tem linguagem difícil; é apenas uma revisão daquilo que já foi estudado. Há alunos que sugerem a queima de todos os jornais. A insatisfação atinge também alguns docentes. Um professor de educação artística da rede estadual, que não quis se identificar, conta: "No ensino fundamental, queriam que os alunos debatessem temas que desconheciam, como comunismo, na 6ª série! Outro erro é que as atividades não haviam sido testadas com alunos. Isso era claro".

Polêmico, o caso da rede estadual de São Paulo levanta um ponto central de uma discussão antiga sobre o currículo escolar na educação brasileira: a quem compete a definição dos conteúdos a ser ensinados em sala de aula? Em países como a França, o grau de liberdade das escolas nesse sentido é nulo - os professores podem escolher somente as obras literárias que desejam indicar a seus alunos.

Como é um Estado federativo, o Brasil trabalha com algumas orientações nacionais, representadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, e deixa a cargo de estados e municípios a elaboração de orientações mais específicas. Mas a adoção desse modelo não é consensual. Para alguns especialistas da área, tanto as diretrizes quanto os parâmetros são insuficientes.Seria necessário elaborar?definições mais específicas sobre o que deve ser ensinado. Para outros, o que falta são orientações concretas de estados e municípios, alicerçadas nas nacionais. Há ainda quem defenda que o professor seja o único responsável pela definição dos currículos - qualquer interferência é vista como um veto à liberdade docente.

Em paralelo a esse debate, caminha outro, também objeto de disputa entre teóricos e formuladores de políticas públicas. Como se deve dar a construção do currículo? Em outras palavras, o que justifica que algumas áreas do conhecimento, como sociologia e filosofia sejam diretamente contempladas na grade curricular - e outras, como psicologia, não?

O termo currículo vem da palavra latina currère (correr), que diz respeito ao curso, à carreira ou a um percurso que deve ser realizado. A perspectiva de currículo como plano estruturado de estudos apareceu pela primeira vez em 1633, no Oxford English Dictionary. A partir do momento em que entrou no campo pedagógico, a palavra passou a designar a relação de disciplinas organizadas numa seqüência lógica, por série ou curso e com o tempo reservado a cada uma. As matérias e a própria organização da grade curricular só existem após um processo de escolarização de conteúdos científicos. "É um processo complexo, que envolve adaptação do conhecimento à situação de ensino-aprendizagem. Mas a verdade é que o conhecimento é apresentado ao aluno como algo pronto e indiscutível", diz Antônio Flávio Moreira, da Universidade Católica de Petrópolis.

Essa transposição escondida acontece em diversas instâncias: nos órgãos públicos que organizam e selecionam conhecimento, nos livros didáticos, na escola e nas universidades, com os cursos de formação dos professores. Com tantos envolvidos, pode-se afirmar que há uma tensão relativamente grande quando o assunto é o currículo. "Há interferência de movimentos negros, feministas, indígenas, entidades religiosas, professores de sociologia, psicologia, filosofia… o conteúdo está sob influência de todas essas fontes", aponta Elba Barreto, da Faculdade de Educação da USP. Tudo para ser redefinido, novamente, nas escolas, que o molda de acordo com sua cultura específica. "Ainda que haja uma orientação geral comum, as decisões curriculares podem ocorrer em diferentes níveis", diz.

Talvez por isso ainda haja falta de clareza sobre o que deve ser ensinado. "Para fugir do conteudismo e de atender todos os segmentos sociais, deixou-se de perguntar quais são os conhecimentos necessários para que o aluno possa ser um cidadão e para que aprenda outros conhecimentos", explica o professor Antônio Flávio. Para ele, os PCNs não fornecem uma base comum aos professores para que eles possam trabalhar as disciplinas de acordo com a sua realidade. "Eles foram elaborados de forma pouco democrática. Precisamos saber quais são, por exemplo, os pontos necessários para que o aluno termine o 9º ano", continua. Mas Antônio ressalta que essa base não pode ser uma camisa de força e não pode tirar a liberdade e a criatividade do professor em sala de aula - deve ser um apoio.

Lucíola Santos, líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Currículos e Culturas da Universidade Federal de Minas Gerais, concorda com as ponderações e vai além. Para ela, os docentes estão perdidos, sem orientação nenhuma no que diz respeito aos conteúdos. "As avaliações mostram que a educação não vai bem e falta direção diante disso", assevera.

Para José Francisco Soares, especialista em avaliação e membro do Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a questão do currículo aparece de duas formas diferentes. No ensino médio, a seu ver, o problema está no grande número de disciplinas e conteúdos a serem ensinados, num modelo que está na contramão do que fazem os países desenvolvidos, em especial os Estados Unidos. "É um volume de informação muito grande", pontua.

Já no ensino fundamental, Soares crê que haja razoável consenso sobre o que se deve ensinar e aprender, dado que são conteúdos básicos. Mas o problema estaria no como fazê-lo. Ele defende que haja unidade na introdução do currículo nas escolas que fazem parte de uma mesma rede, fato que facilita a formação dos professores. "Se os professores usam materiais didáticos diferentes, como se pode capacitá-los com uma mesma orientação?", pergunta. E cita como exemplo alguns países que usam um livro-texto único, como Cuba, China e México.

Na contramão dessa linha está o ex-assistente da diretoria estadual de ensino de Osasco e autor do blog Ensino.blog.br, Flávio Tonnetti. Para ele, os PCNs já restringem a matriz curricular porque especificam suficientemente os conteúdos, e impedem tentativas inovadoras em sala de aula. "Sou contra definição mais específica. Qualquer uma seria arbitrária e não respeitaria as realidades locais. É preciso tratar a escola como célula", aponta. Flávio pondera que uma base comum nacional pode ferir a autonomia da escola, a liberdade do professor e incomodar o aluno. Sobre a possibilidade da falta de diretrizes gerar um quadro caótico, ele diz que é um risco não tão maior do que o do professor se transformar num reprodutor de conhecimentos.

Unidade na diversidade
Entre os dois extremos, encontram-se as pesquisadoras do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Meyri Venci Chieffi e Maria José Reginato. A partir de experiências com construção de currículo em redes e escolas, elas afirmam que os PCNs são suficientes, mas que orientações estaduais, municipais e de cada escola são necessárias, acompanhadas de políticas de investimento em cursos de formação de professores. Essas diretrizes são previstas, em âmbito estadual e municipal, nos Planos de Educação, que não foram levados a cabo pela maioria.

Alicerçadas na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), nos PCNs e nas Diretrizes, as regulamentações estaduais e municipais devem trabalhar com a diversidade de cada região. "Como você respeita diversidades entre Amazonas e São Paulo? Tem de ter uma legislação nacional, e dentro dela, as estaduais", colocam. As pesquisadoras defendem que a construção desse currículo regional seja feita a partir de uma discussão ampla com o quadro docente, a universidade, a família e os alunos. "Tem de haver margem para que as pessoas se coloquem como sujeitos. Eles têm um nível de decisão curricular também", explicam.

O receio não é injustificado: foi exatamente o que aconteceu com a proposta curricular do Estado de São Paulo. O professor se sentiu um mero reprodutor de decisões curriculares tomadas por outras instâncias. E os alunos não se reconheceram no material. "Quando é imposto, ninguém sabe as razões pelas quais os conteúdos foram escolhidos", dizem.

São esses atores - professores, famílias e alunos, entre outros - que, segundo as pesquisadoras, deveriam fazer parte da construção do currículo real, que acabam se transformando em agentes daquilo que ambas chamam de "currículo oculto". Ou seja: no momento em que o currículo formal - as diretrizes nacionais, estaduais ou municipais - viram prática, outras situações que interferem nas experiências de aprendizagem acontecem em paralelo. "O jeito com que o professor fala com o aluno, a linguagem que usa, o tom de voz, tudo se incorpora ao currículo", defendem as pesquisadoras do Cenpec.

Parar elas, é preciso detectar dissonâncias entre esses currículos. Dar uma aula sobre ética e repreender o aluno sem motivo aparente é uma contradição de conteúdos, de certa maneira. "Há muitas interferências, e é preciso problematizar o modo de lidar com elas. Isso sem esquecer que o currículo deve ser vivo nas escolas. Para que isso aconteça, deve ser debatido, discutido e negociado."

Flávio Tonnetti, ex-assistente da diretoria estadual de ensino de Osasco: qualquer definição de currículo seria arbitrária e desconsideraria as realidades locais

Ele, o professor

Nessa perspectiva, qual deve ser o grau de liberdade do docente em sala de aula? Elba Barreto, da Feusp, defende que o professor nunca estará isolado em sua sala de aula, pronto a ensinar o que quer. "O que ele fala e a forma como trabalha os conteúdos estão ligados a uma história e representam idéias e valores diversos. Não tem como isolar isso de um contexto mais amplo", diz. Flávio Tonnetti defende a total autonomia do professor. Para ele, um ensino padronizado não garante que o conhecimento será absorvido pelos alunos. "Para que dar espaço a conservadorismo quando a educação tem fracassado constantemente?", questiona.

Há uma visão mais sistemática, defendida pela professora Lucíola Santos, da UFMG: O professor deve abordar o conteúdo através do método com o qual mais se identifica e com o qual se sente mais seguro, além de respeitar o perfil cognitivo de seus alunos.

Outra questão que passa diretamente pelo professor é a desconexão entre o que é ensinado nos cursos de licenciatura de pedagogia e o que é ensinado em sala de aula. Uma dimensão da gravidade do quadro apareceu em um estudo realizado pela Fundação Carlos Chagas que, entre outros dados, mostra que ainda há 18% dos cursos de pedagogia que prescindem da didática como uma das disciplinas curriculares.

Uma das iniciativas para resolver o problema veio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por um programa instituído em 2007 que prevê bolsas de estudos a licenciandos em pedagogia e outras áreas para atuar na escola, com orientação do professor da universidade. Magda Soares Becker, uma das integrantes do Conselho Técnico Científico da Educação Básica da Capes, diz que a iniciativa pretende estreitar os laços entre a escola de ensino básico e o conteúdo ensinado nas universidades.

Mais uma vez, a aposta é na troca de experiências e na discussão, saídas consideradas essenciais por Meyri e Maria José, do Cenpec, se a idéia é tratar do currículo escolar. "É preciso realmente ampliar a discussão para se ter a maior consciência possível do que se está fazendo. Se não, ficamos à mercê do livro didático e dos conteúdos abordados em avaliações", alertam.

Avaliações, orientadores curriculares

Até pouco tempo, antes das avaliações internacionais e nacionais tomarem a importância que têm hoje, os livros didáticos serviam de orientadores curriculares. Como há pouco consenso sobre a suficiência dos PCNs e das Diretrizes Nacionais, os professores acabavam se apegando a eles em sala de aula. Eram seus guias.

Especialistas ouvidos por Educação identificam um novo movimento atualmente: os conteúdos avaliados na Prova Brasil, no Saeb e até mesmo no Enem acabam orientando escolas e redes sobre o que deve ser ensinado. O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, diz não ter dados concretos sobre isso, mas enxerga uma tendência. "Se o currículo no Brasil fosse bem estabelecido, seguiríamos essa base", diz. Para ele, o fato de as escolas se apoiarem em avaliações não é necessariamente ruim. "Pode servir como incentivo. Depende do que a escola quer ensinar. Se o desempenho melhorar, por que não?", questiona.

A proposta curricular de SP

O Jornal do Aluno foi instituído na rede estadual paulista no início de 2008 em conjunto com a Revista do Professor. Quando assumiu a pasta, em 2007, a secretária Maria Helena Guimarães de Castro identificou problemas nos índices de desempenho dos alunos. Iniciou-se, então, um projeto de recuperação pontual em português e matemática, que englobou os dois materiais e durou 42 dias.

Segundo Maria Inês Fini, assessora da Secretaria de Estado da Educação na área de avaliação, o projeto tinha como caráter principal a interdisciplinaridade. Ambas as peças não serão reeditadas em 2009 - a revista agora foi transformada no Caderno do Professor, que serviu de base para a elaboração do Caderno do Aluno, ambos parte do material curricular de 2009. Segundo Maria Inês, o Caderno do Professor (ex-Revista) foi mantido porque 92% dos professores o acataram e não sugeriram modificações. Outros 7,5% sugeriram e os 5% restantes não gostaram do material. "Nossa obrigação, como Secretaria de Educação, é propor. Os professores usaram e reagiram", coloca.

Para a assessora, as comunidades dos alunos e professores no Orkut devem ser desconsideradas. "Comunidade no Orkut é uma leviandade. Não foi um projeto experimental, não caberia testar o aluno. Somos professores, autores de livros. Sabemos o que estamos fazendo", diz.

Para saber mais

Currículo - Campo, conceito e pesquisa. Roberto Sidnei Macedo. Editora Vozes, 2007

Currículo e autonomia. Jorge Lemos. Porto Editora, 2001

Currículo na contemporaneidade - Incertezas e desafios. Regina Leite Garcia e Antonio Flávio Barbosa Moreira. Cortez, 2003

Currículo, poder e lutas educacionais - Com a palavra, os subalternos. Michael W. Apple, Kristen L. Buras e colaboradores. Editora Artmed, 2006

Ensino de filosofia e currículo. Ronai Pires da Rocha, Editora Vozes, 2008.

Escola e sociedade e a criança e o currículo. John Dewey. Editora Relógio D’água, 2002

História da organização do trabalho escolar e do currículo no século 20 - Ensino primário e secundário no Brasil. Rosa Fátima de Souza. Cortez, 2008.

Organização do currículo por projetos de trabalho - O conhecimento e um caledoscópio. Fernando Hernandez e Montserrat Ventura. Editora Artmed, 1998

Projeto político-pedagógico - Construção e implementação na escola. Cássia Ravena Mulin de Assis Medel. Autores Associados, 2008

Saber escolar, currículo e didática - Problemas na unidade conteúdo/método no processo pedagógico. Nereide Saviani. Autores Associados, 2006

Fonte: Revista Educação – http://revistaeducacao.uol.com.br


currículo escolar

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, orienta para um currículo de base nacional comum para o ensino fundamental e médio. As disposições sobre currículo estão em três artigos da LDB. Numa primeira referência, mais geral, quando trata da Organização da Educação Nacional, define-se a competência da União para "estabelecer em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum" .

Outras referências, mais específicas, estão no capítulo da Educação Básica, quando se define que "os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela" .

Finalmente, são estabelecidas as diretrizes que deverão orientar os "conteúdos curriculares da educação básica", que envolvem: valores, direitos e deveres e orientação para o trabalho.

A LDB sugere uma flexibilização dos currículos, na medida em que se admite a incorporação de disciplinas que podem ser escolhidas levando em conta o contexto local. No ensino nas zonas rurais, por exemplo, é admitida a possibilidade de um currículo "apropriado às reais necessidades e interesses dos alunos".