sábado, 5 de junho de 2010

A Crise da Água


A água é um recurso renovável, graças ao interminável Ciclo Hidrológico, em atividade desde a formação da hidrosfera e da atmosfera, aproximadamente 3,8 bilhões de anos atrás.

Contudo, o mundo atual se depara com uma crise de escassez de água no horizonte. Como isso é possível?
Embora o volume total de água existente na Terra seja de 1.386 milhões de km3, 97,5 % deste total é constituído pelos oceanos, mares e lagos de água salgada (Shiklomanov, 1998 in IHP, UNESCO ou in Rebouças, 1999). Na parte formada pela água doce, mais de 2/3 estão nas calotas polares e geleiras, inacessíveis para o uso humano pelos meios tecnológicos atuais. Vendo as coisas dessa forma, restam apenas cerca de 1% da água para a vida nas terras emersas. Nesta parcela a água subterrânea corresponde a 97,5%, perfazendo um volume de 10,53 milhões de km3. Deste ponto de vista foi formulado o conceito da água como um recurso finito.



O prognóstico da crise da água em um prazo de algumas décadas tem por base o crescimento da população mundial (atualmente 6 bilhões de habitantes), o consumo mínimo de 1.000 m3/habitante/ano, adotado pelas Nações Unidas e o volume estocado nos rios e lagos (cerca de 180 mil km3). Apesar do consumo atual da humanidade representar 11% da descarga anual dos rios, estimada em 41.000 km3, o recurso é distribuído desigualmente no planeta. Enquanto um grupo de países ricos em água têm uma descarga de rios de 1 a 6 trilhões de m3/ano, no grupo de países mais pobres essa descarga fica no intervalo de apenas 15 a 900 bilhões m3/ano (Margat, 1998 in Rebouças, 1999), com países já em situação de “estresse de água”.


O Brasil, o país mais rico em água do mundo, tem uma descarga dos rios de 6,22 trilhões de m3/ano. Apesar da grande disponibilidade do Brasil, vivemos situações de escassez no Nordeste, principalmente durante as periódica secas. Esse problema vem se manifestando em outras partes do país devido a falhas de suprimento e pela cultura de desperdício, além de fatores climáticos. Recentemente, tivemos racionamentos em Recife e na Região Metropolitana de São Paulo. No Rio de Janeiro o sistema de abastecimento é também deficiente tanto na capital como na Região Metropolitana e nos municípios da Região dos Lagos, em particular, onde muitas vezes se configura um quadro de escassez.

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