"Nasce o sol a 2 de julho
Brilha mais que no primeiro
É sinal que neste dia
Até o sol é brasileiro"
No dia 2 de julho comemora-se a Independência da Bahia. Mesmo depois de considerado um país livre da influência de Portugal ainda restavam tropas do exército português em solo brasileiro. De fato a Independência do Brasil se deu na Bahia.
Muitos historiadores contestam o fato da data da comemoração da Independência do Brasil ainda ser lembrada em 7 de setembro, porque além de ainda está sob domínio da coroa portuguesa, a Bahia foi o único estado em que houve luta armada. Mesmo assim, nem sequer a data é considerada como feriado nacional, ficando apenas como feriado local.
Até o nome do aeroporto que servia como lembrança da data, foi modificado para homenagear um político local. Convenhamos que o fato é bem mais importante que a carreira política do falecido deputado, como se na cidade não tivesse tanto viaduto que poderia homenageá-lo.
Histórico:
O domínio das topas brasileiras foi entregue ao general Pedro Labatut. Graças ao general Labatut o exercito conseguiu resultados positivos. Mas Labatut querendo mostrar autoridade manda prender oficiais brasileiros e em maio é cassado e preso. No seu lugar assume o coronel José Joaquim de Lima e Silva.
Em uma das batalhas, a de Barra do Paraguaçu, uma mulher se destaca. Maria Quitéria de Jesus Medeiros se vestiu de homem, contra a vontade de seu pai para lutar pela independência da Bahia.
Vestida de homem se alistou como soldado Medeiros no batalhão “Voluntários do Príncipe”. Maria Quitéria se destacou entre os homens e recebeu após a independência das mãos do Imperador D Pedro I a condecoração de “Cavalheiro da Ordem Imperial do Cruzeiro”. Ela foi à primeira mulher a ir para campos de batalha no Brasil.
Em 3 de junho Lima e Silva prepara uma ofensiva contra os portugueses e com o apoio da marinha brasileira cercou Salvador. A restrição do abastecimento de suprimentos e os fortes ataques dos brasileiros fez com que Madeira de Mello se rendesse finalmente em 2 de julho de 1823.
O desfile:
O desfile de 2 de julho é considerado bem imaterial do estado. O cortejo tradicionalmente sai do largo da Lapinha com uma parada para homenagem na praça em que se encontra o monumento a Maria Quitéria, no largo da Soledade.
O carro que puxa o desfile é o do caboclo e da cabocla, eles representam os populares que participaram das lutas. Índios também participam da festa.
O desfile segue em direção ao convento do Carmo, pelourinho, onde é feita mais uma parada. A última parada antes de recolher os carros para descanso é na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, depois parte para Praça Municipal, onde fica recolhido até às 14h, quando o desfile retorna em direção ao Campo Grande, para ato final.
O desfile de 2 de julho é a festa mais popular e importante do calendário baiano. Todos sem distinção podem participar. Quem vai as ruas pode perceber a grande mistura, índios, negros, brancos, escolas com suas fanfarras, cangaceiros, grupos de Cachoeira, são parte dos que compõem o desfile.
Além de um momento de festejar, ele também serve para grupos que queiram se manifestar em protesto de alguma causa. Também reúne muitos políticos importantes, tanto no cenário local, quanto nacional. O lamentável é que uma data tão importante para o cenário nacional seja lembrada apenas por baianos e a história fique tão desconhecida pelo resto do país.
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações"
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