“[O combate à] discriminação de grupos que têm sido, historicamente, excluídos da educação, continua sendo um desafio importante”, declarou. Villalobos veio a São Paulo para participar do seminário Pela Não Discriminação na Educação, da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade), realizado na sede da organização Ação Educativa.
Ele avalia que a situação de desigualdade econômica é mais crítica na América Latina, o que provoca carências nas oportunidades de ensino. No caso do Brasil, ele considera que o maior entrave a ser vencido é o de traçar metas de educação de forma dirigida às populações negra e indígena, reconhecendo que a questão é complexa por causa da diversidade cultural desses povos.
Na análise do relator da ONU, a adoção de cotas que permitem a reserva de vagas nas universidades brasileiras para afrodescendentes “é uma excelente medida”. “É uma ação afirmativa no sentido de combater a exclusão e a discriminação histórica que os afrodescendentes sofrem.”
Ele observa, no entanto, que as discriminações estão presentes no mundo todo e não se restringem a essas populações. “É um problema sentido pelas minorias étnicas, pelas mulheres, pelos menos capacitados, entre outros”, aponta.
Villalobos afirma também que é fundamental o combate à pobreza para permitir o ingresso de um maior número de pessoas no sistema de ensino, que deve ser gratuito e oferecido para todos os níveis de ensino, inclusive o universitário. “Se as famílias têm de escolher entre enviar os seus filhos para a escola ou comer, certamente, a opção é comer”, pondera ele, complementando que esse é um desafio a ser enfrentado não apenas pelo Brasil, mas em todo o continente.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que embora o Brasil tenha avançado nessa área nos últimos 15 anos, o país ainda registra 2,4% do universo de crianças em idade escolar - de 7 a 14 anos - fora da escola. Isso significa uma exclusão de 680 mil brasileiros.
Fonte: mercadoetico.terra.com.br
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